quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Meus amigos, ou, como na minha terra se cumprimentam as pessoas... "Buei om", para acabar, desde já, com este tom nobre e sério de "Meus Amigos" como se fosse dar uma lição. Embora seja essa a minha vontade. Antes de mais, quero dizer-vos o quanto tenho saudades de ouvir um bom "Buei om" seguido de um "tás bom" em vez dos tímidos; "como está?", "tudo bem?", ou como recentemente, tenho ouvido, se cumprimentam o "miúdos" das escolas: "ó porco". Faz lembrar o célebre "sai da frente, ó gorda, peixona!" Estou para ver quando será a sequela do dito, mas, desta vez penso que será um "dá o magalhães já!" pois, ao que parece, nas aulas já se estuda anatomia comparada no dito magalhães enquanto professores dão a matéria. Não é de admirar, somos um pais de exploradores, e cada um explora com o que tem mais à mão, o Magalhães tinha a vitória (nau) e nós... bem, temos muitas coisas.

Voltando à aula que queria dar. Ora bem! ou melhor, Ora Mal! Muito mal mesmo, senão vejamos: Uma notícia do DN dava conta que Ana Jorge ponderava alterar a Lei do Aborto. Acho muito bem sempre fui contra a Lei do Aborto (ponto final). Mas, fiz mal, fui indagar as razões que apoiariam tal medida e fiquei pasmo. Ora passo a enumerar:


.1 Parece que as mulheres que decidem praticar uma ivg ( assim é mais soft) tem tendência a recorrer repetidas vezes a esta prática. Em dois anos houve mulheres que abortaram mais do que uma vez.


.2 Quando são questionadas sobre qual o método anticoncepcional que estas utilizam ou já utilizaram a resposta é pronta, NADA, não estão a tomar nada, bem, algumas tomam, mas é "pá depressão" ( talvez resultado de ficarem "xones" com tanta ivg, cá para mim)


.3 Segundo dados, fidedignos, porque disponibilizados por apoiantes desta lei, só em 2008 foram 16 839 as ivg praticadas ( foram mais, mas, as outras, tem um nome diferente são abortos). Mas mesmo que fossem só e repito só 16 839 já acho muitos abortos, perdão, muitas ivg.


.4 Este ponto é consequência do anterior e resultado de todos os outros, isto está a ser uma "despesa do caraças".


Ora como estamos em tempo de crise quando continuei a investigar a notícia já de novo no DN não fiquei surpreendido que afinal fosse falso alarme e, segundo fonte oficial, não esteje prevista nenhuma alteração à dita Lei. Eu disse que estavamos em tempo de crise e é verdade mas não é essa que pensaram pois, pelos vistos, não falta dinheiro ao SNS para a prática de ivg. Afinal, é preciso mais tempo para avaliar a situação. Parece até ser possível um compromisso com alguns movimentos pró vida no qual se proibiria uma segunda ivg, sendo assim, esta ficaria reservada apenas para primogénitos, passo a explicar, os primogénitos só nasceriam se fossem primogénitos de um segundo nascimento em que o primeiro não tivesse ocorrido por ter sído praticada uma ivg. Parece-me claro! Sendo assim a Lei é para manter, faz-se cortes noutro lado, reduz-se as cirurgias ou fecham-se uns centros de apoio aos doentes oncológicos, logo se vê...



PS. Peço imensa desculpa pela forma rude, bruta, grutesca em que me acabei de expressar. Mas, só assim, se vê o ridículo da situação em que andamos no país e no mundo. Pessoalmente, tenho ainda uma outra perspectiva, que deve ser partilhada por muitos casais, na medida em que tive que "pedir ajuda" e pagar ao SNS para que este fizesse precisamente o contrário e permitisse o nascimento da minha filha.



ivg - Interrupção Voluntária da Gravidez.

Voluntário - feito e realizado de acordo com a vontade ( não por condicionalismos mas apenas porque lhe deu vontade ); é todo aquele que age de acordo com a sua vontade; em Direito diz-se do crime feito intencionalmente e não por acidente - o assassinato voluntário é gravemente contrario à dingidade do ser humano.

Com este pensamento me despeço Meus Amigos até breve!






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