segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ERISIPELA
A erisipela é uma infecção da pele afectando a região dermo-hipodérmica, geralmente causada pelo estreptococo b-hemolítico do grupo A ( Streptococcus pyogenes ) este coco já é nosso conhecido por causar as vulgares amigdalites, impetigo e também a escarlatina. Na verdade, a erisipela também pode ser causada por outros estreptococos e até por estafilococcos ( Staphylococcus aureus ). Embora possa aparecer nos membros superiores, tronco e até na face ela é mais comum nos membros inferiores e pés. Normalmente terá que haver uma “porta de entrada” quando há uma picada de insecto, uma bolha causada por um sapato apertado, etc. Os fungos podem ter um papel desencadeador na medida em que, por um lado, fragilizam a pele e, por outro, ao originarem comichão podemos com o acto de coçar ferir a superfície cutâne permitindo assim a entrada do nosso agente patogénico. Por motivos óbvios os obesos e os diabéticos são uma população com susceptibilidade acrescida. O período de incubação pode ir de apenas algumas horas a 8 dias e vai caracterizar-se por mal estar geral que será acompanhado de náuseas, vómitos e subida da temperatura. As manchas na pele vermelhas e de aspecto "casca de laranja" rapidamente se tornam dolorosas. O diagnóstico não exige aptidões especiais, normalmente o doente quando vai ao médico já sabe (ou pensa que sabe) porque o "vizinho já teve" ou então foi à sua farmácia com uma “grande alergia”. De referir sempre a demarcação nítida entre a zona afectada e a não afectada, a febre e leucocitose o que indica a existência de acometimento sistémico. Normalmente não se fazem exames bacteriológicos pela sua baixa sensibilidade ou resultados tardios.
O tratamento da Erisipela é empírico e passará pela erradicação do nosso agente causador, assim sendo, deverá iniciar-se a terapia antibacteriana o mais cedo possível e deverá manter-se pelo tempo adequado. O antibiótico de escolha já sabemos qual é - Penicilina – no caso de alergia podemos recorrer aos macrólidos ( Eritromicina ) ou a lincosamidas ( Clindamicina ).
O uso concomitante de AINEs não está indicado e assim sendo para combater a febre temos o Paracetamol.