sábado, 29 de dezembro de 2007

Mesmo a terminar o ano de 2007 quero iniciar um novo capítulo nas nossas mensagens. Os temas serão: a ganância, a vaidade, a mentira... enfim, a natureza humana no seu melhor.
Capítulo I
A Ganância
Um cão, ao passar um rio, levando uma presa na boca, cedo se apercebe que outro, leva também, um bom bocado na boca que lhe parece maior e mais apetitoso, ao ver que o cão lhe vai fugindo com presa melhor, cedo se arreganha, e larga, a sua, da boca. Vê então, que o outro, medroso, também da boca deixa o seu bocado.
Pena tem, quando, a presa ao cair na água, assim esfuma o seu reflexo, que era o único ali presente. Desfeito o engano, mas, tarde demais, já a corrente leva os dois bocados de carne, o seu e, o outro, que nunca existiu.
( Inspirado numa fábula de Jean de La Fontaine - poeta francês 1621-1695)
Assim andamos nós. Entregamos de mão beijada, os nossos bens mais preciosos, ou a alma, pelos reflexos dos outros, ou mesmo, de nós próprios, que nos cegam.
29 de Dezembor de 2007

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

VARICELA

O que é a varicela?

Qual é a idade mais habitual para o aparecimento da varicela?

A varicela é uma doença contagiosa?

Qual é o período de contágio da varicela?

Ao fim de quanto tempo após o contacto com um doente com varicela aparece a doença, no caso de haver contágio?

Qual é a altura do ano em que a varicela é mais frequente?

Quantas vezes pode uma criança ter varicela?

Quais são os sintomas da varicela?

Quais as diferênças entre a varicela na criança e no adulto?

A varicela é uma doença benigna?

Quais são as complicações da varicela?

O que é a Síndrome de Reye?

Como se faz o diagnóstico de varicela?

Como se trata a varicela?

Pode prevenir-se a varicela?



O que é a varicela?

A varicela é uma doença infecciosa causada por um vírus chamado Vírus da Varicela Zoster também conhecido por human erpes vírus 3,
(porque é também o agente causador do herpes zoster ou zona).


Qual é a idade mais habitual de aparecimento da varicela?

Esta é, sem dúvida, uma "doença da infância" atingindo preferncialmente crianças dos 2 aos 8 anos. Importante é saber que até ao 3º ou 4º mês de vida as crianças estão protegidas pelos anticorpos maternos (transmitidos pela mãe durante a gravidez) se a mãe teve a doença anteriormente.

Embora seja mais raro, a varicela pode atingir os adultos que não tiveram a doença enquanto crianças.


A varicela é uma doença contagiosa?

A varicela é considerada uma doença muito contagiosa, mas a sua transmissão depende, quase sempre, do contacto directo com a pessoa infectada. Isto deve-se ao facto de o vírus da varicela ser muito sensível à lavagem das mãos de quem trata do doente e ao arejamento dos locais onde este permanece. A transmissão pelo ar (através das gotículas de saliva), é teoricamente possível mas muito rara.


Qual é o período de contágio da varicela?

O período de contágio da varicela é de cerca de 10 dias (desde o dia anterior ao aparecimento da erupção até todas as vesículas estarem secas, formando crostas que já não contêm vírus vivos). Em alguns casos, em que a erupção é ligeira, este período pode ser menor, mas a legislação obriga a um período de afastamento escolar de dez dias, nas crianças em idade escolar que contraíram varicela.

Daqui resulta que uma criança pode ser o vector de contágio para outra quando ainda não apresentava sintomas aparentes, em virtude, de antes de apresentar as típicas erupções a varicela já ser contagiosa.


Ao fim de quanto tempo após o contacto com um doente com varicela aparece a doença, no caso de haver contágio?

O tempo que decorre desde o contágio até ao aparecimento da varicela (período de incubação) é de cerca de 15 dias, podendo variar desde dez e vinte dias.


Qual é a altura do ano em que a varicela é mais frequente?

Os surtos de varicela surgem habitualmente na Primavera, no final do Outono e no Inverno.


Quantas vezes pode uma criança ter varicela?

Só se tem varicela uma vez na vida pois a doença confere imunidade permanente (protecção contra uma nova infecção pelo mesmo vírus). Mas, embora raros, já estão descritos e comprovados alguns casos de segunda infecção pelo vírus da varicela, mas na maioria dos casos a ocorrência de segunda infecção deriva de erro de diagnóstico num dos casos.

Quais são os sintomas/como se manifesta a varicela?

O primeiro sintoma é a febre ligeira. Um ou dois dias mais tarde aparecem as típicas manchas vermelhas, primeiro no couro cabeludo e espalhando-se mais tarde pela cara, tronco, axilas, braços, pernas, boca e por vezes na traqueia e brônquios.
Na sua forma mais frequente a varicela começa com o aparecimento da erupção ou exantema em simultâneo com sintomas gerais e inespecíficos, como febre, dores de cabeça, mal estar e falta de apetite. A erupção da varicela caracteriza-se pelo seu aparecimento por «surtos», inicialmente no tronco onde é mais abundante, e expande-se depois para as regiões da cabeça e membros, tornando-se mais escassa nas zonas mais afastadas do centro do corpo. Outra característica da erupção da varicela é a sua rápida evolução, passando as lesões da pele por várias fases num período de poucas horas. As primeiras lesões são manchas de cor rosada (máculas), que se tornam salientes (pápulas), formam pequenas bolhas com líquido transparente no centro (vesículas) que ao secarem vão formar uma crosta. Devido à sua rápida evolução a característica mais evidente da erupção cutânea (exantema) da varicela é a coexistência dos quatro tipos de lesões (máculas, pápulas, vesículas e crostas) ao fim do primeiro ou segundo dia de doença. As lesões da varicela poupam a palma das mãos e a planta dos pés mas, atingem o couro cabeludo e as mucosas (garganta, órgãos genitais e conjuntiva), onde podem causar pequenas feridas dolorosas. Outra característica da varicela é causar habitualmente prurido (comichão), que pode ser intenso. Em relação à febre, é um sintoma variável na varicela, podendo ir de quase inexistente a febre elevada (39º - 40º), sendo a sua intensidade geralmente proporcional à extensão da erupção.

Quanto tempo duram as borbulhas?

Normalmente ao fim de 5 dias deixam de aparecer novas borbulhas.

A maioria forma crosta em 6 a 7 dias.

Há diferênças entre a varicela nas crianças e no adulto?

A varicela é , em geral, mais grave no adulto. Já vimos que na varicela do adulto há um período inicial de sintomas gerais, tais como: febre, dores de cabeça e de garganta, mal estar, dores musculares e falta de apetite, que precede o aparecimento da erupção, o que é menos habitual na criança. Além destes sintomas gerais mais precoces e intensos, a febre alta dura mais dias e a erupção é mais extensa. Também as complicações, raras na criança, são mais frequentes no adulto e potencialmente graves.

A varicela é uma doença benigna?

Na infância, a varicela é uma doença benigna, cursa, por vezes, com apenas uma erupção ligeira e quase sem febre ou outros sintomas gerais. Pode, no entanto, evoluir de forma mais grave, com complicações, o que é mais frequente nas crianças muito pequenas (no primeiro ano de vida), nos adultos e nos doentes imunodeficientes (com as defesas diminuídas por outras doenças). A varicela pode também ser grave na grávida, não só pela sua evolução, mas pelo risco de causar malformações, quando contraída nos primeiros meses da gravidez, ou varicela grave no recém nascido se afectar a mãe nos dias que antecedem o parto.

Quais são as complicações da varicela?
São principalmente as infecções bacterianas, encefalite e a pneumonia. Mas a complicação mais frequente da varicela é, sem dúvida, a infecção das lesões da pele por bactérias transportadas para o local quando o doente se coça. Não será displicente o cuidado a ter com as unhas. Deverão ser cortadas o mais rente possível para que a criança não provoque lesões na pele e ao mesmo tempo não sejam um local favorável ao acúmulo de bactérias.

As lesões infectadas podem, por sua vez, servir de porta de entrada a outras infecções mais graves, nos pulmões, rins, ossos, etc.

A pneumonia causada pelo vírus da varicela, embora rara, é uma complicação que pode ser grave, e que atinge principalmente os adultos, e com maior frequência as grávidas. Outras complicações mais raras são as complicações neurológicas, como a encefalite (infecção do cérebro) e a Síndrome de Reye (inflamação do cérebro e do fígado).


O que é a Síndrome de Reye?

A Síndrome de Reye é uma afecção grave de causa desconhecida, que provoca uma inflamação progressiva do cérebro e do fígado, podendo causar a morte. O Síndrome de Reye afecta normalmente crianças ou adolescentes, e embora se desconheça a sua causa, sabe-se que existe uma relação entre a administração de ácido acetilsalicílico ou derivados (aspirina, aspegic, etc.) a crianças com varicela ou gripe e o aparecimento desta complicação grave.



Como se faz o diagnóstico de varicela?

Sendo a varicela uma doença com sintomas e sinais fáceis de identificar pelo médico, o diagnóstico é habitualmente clínico, não havendo necessidade de o médico pedir análises.

Qual é o tratamento para a varicela?
O tratamento da varicela tem como finalidade o alívio dos sintomas. Para isso deve dar-se paracetamol para controlar febre (nunca utilizar aspirina, aspegic ou outros salicilatos devido ao risco de Síndrome de Reye) e antihistamínicos ou loções de uso local para aliviar a comichão, se esta for intensa. Cuidados de higiene, são fundamentais, para diminuir o risco de infecção secundária das lesões. Além do banho diário com água morna e sabão deve haver o cuidado de manter as unhas bem cortadas e limpas. Actualmente é possível diminuir a duração e a gravidade da varicela através da administração de um medicamento específico, o Aciclovir, em cinco doses diárias de xarope ou comprimidos . Para que este tratamento seja eficaz deve ser aplicado desde o início da doença. O uso de Aciclovir deve ser ponderado pelo médico e pelos pais, quando se trata de crianças, em que a evolução da doença é habitualmente benigna. A sua utilização é um imperativo nas situações em que é maior o risco de varicela grave, como são os jovens acima de catorze anos e os adultos, os doentes a tomarem altas doses de corticoides ou os que sofrem de doenças de pele ou doenças respiratórias crónicas.



Pode prevenir-se a varicela?

Já existe uma vacina contra a varicela, mas não é utilizada de forma generalizada, nem faz parte do calendário de vacinação.
  • Todas as crianças com 18 meses de idade, a
    menos que já tenham recebido uma dose da
    vacina contra a varicela ou tenham uma história
    clínica de varicela
    • Crianças com idades entre os 10-13 anos, a
    menos que já tenham recebido uma dose da
    vacina contra a varicela ou tenham uma história
    clínica de varicela
    Crianças que tenham tido varicela são consideradas
    imunes e não necessitam ser vacinadas.
    Existe também, para atenuar os sintomas da doença nos indivíduos que tiveram contacto com doentes e têm risco de desenvolver uma forma grave de varicela (adultos, grávidas, imunodeficientes, doentes tratados com doses altas de corticoides e recém nascidos), a possibilidade de administrar a gamaglobulina hiperimune (ou seja, um soro com anticorpos para o vírus da varicela).



segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Em que consiste uma Embolia Pulmonar?
(Também designado por Tromboembolismo Pulmonar)
Na embolia pulmonar há um coágulo que estava numa veia do corpo, por exemplo a nível dos membros inferiores - Tromboflebites -, e que se vai liberter dessa localização percorrendo a circulação sanguínea até atingir o pulmão, uma vez aí, vai circular numa artéria até que nesta, por diminuição do seu calibre, vai ocorrer uma obstrução.
Não se trata de uma situação estática, o trombo pode deslocar-se e ir afectar outra artéria ou até não causar sintomas.
Quais os Sintomas habituais?
- Diminuição da capacidade respiratória/Falta de ar.
- Dor no torax.
- Tosse seca que pode ser com sangue.
Outros sintomas que podem levar a falsos diagnósticos são o aparecimento de febre baixa, ansiedade e taquicardia.
O Diagnóstico é feito por conversa com o doente, numa fase inicial, onde também se faz uma gasometria arterial (consiste na colheita de sangue de uma artéria, diferente da colheitas habituais que se fazem na veias, esta é mais dolorosa). Este exame mostra diminuição do oxigénio no sangue.
Existem outras situações que podem causar embolia pulmonar, que não as tromboses venosas, mas são menos frequentes. Neste caso estão as pessoas que sofrem fracturas ósseas com exposição do osso. Quando isso acontece pode haver gordura óssea que passe para a corrente sanguínea. Essa gordura ira funcioar como um embolo provocando assim uma - embolia pulmonar gordurosa. Há ainda embolias pulmonares provocadas pela entrada de liquido amniótico na corrente sanguínea aquando do parto ou até em toxicodependentes por entrada de corpos extranhos quando se injectam.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O que são PARABENOS ?
Se é seu hábito, ler a letra miudinha nas embalagens de medicamentos, certamente, já se deparou com esta afirmação, em tom de aviso: - Contém parabenos . Deve ter-se interrogado para quê, porquê ou o que são esses tais de parabenos. Pois bem, não é só aí que os pode encontrar, possivelmente o seu champô também os tem.
Tem esta designação por serem ésteres derivados do ácido p-hidroxibenzóico, são actualmente, o ex-libris dos conservantes fenólicos. São utilizados 5 destes derivados. A sua solubilidade decresce quando se aumenta a cadeia mas, inversamente, sua potencialidade germistática aumenta, onde o butil-parabeno é mais eficiente contra o Aspergillus fumigatus que o propil-parabeno. A reunição de dois ou mais parabenos, tornou-se prática comum, com isto, a acção antimicrobiana aumenta. A concentração mais comum é de 0,18% de metil-parabeno e de 0,02% de propil-parabeno, fazendo parte de algumas formulações. Existem formulações já comerciais prontas para serem utilizadas, caso do Nipacombin e Nipaset, produtos com 65% de metil-parabeno e 35% de propil-parabeno.Metil-parabeno.
Sinónimos: - Nipagim, nipagim M, microlase, metil parabeno, metil p-hidroxibenzoato, Tego-sept M, 4-hidroxibenzoato de metila.
Fórmula química: C8H8O3, peso molecular 152,14 Ponto de fusão: 131 C. Ponto de ebulição: 270 C (280 C dec. ). Cristaliza-se na forma de agulhas brancas ou, apenas um pó fino. Um grama do sal, dissolve-se em 400 mL de água, 70 mL de glicerol ou óleo aquecido. É muito solúvel em acetona e éter, sua relação de solubilidade com a água é de 0,25% p/p a 20 C. e de 0,30% a 25 C. ( THE MERCK INDEX 11th.ed. )
Propriedades organolépticas, não as apresenta o que é um factor de importância primordial se pensarmos que estes produtos devem cumprir a sua função, passando, o mais possível, sem ser notados.
Ação germicida, bacteriostático e fungistático de grande valor, ativos na faixa de pH de 3 a 8. Em presença de nipasol tem sua potência aumentada ( numa relação de 2:1 ).
Em formulações para uso oral, xaropes, usa-se numa concentração de 0,5%, colírios 0,025%, cremes e loções 0,30% e em mucilagens e gomas 0,15%. Embora seja utilizado na preparação de cremes e loções, o seu poder germicida esta diminuído em 80%, quando faz-se uso de Tween 80 ou outro tensoativo e, macromoléculas, porque a quantidade de parabenos livre é inferior à desejada para os efeitos antimicrobianos ( os parabenos, encontram-se complexados com as macromoléculas ou tensoativos, diminuindo a sua eficácia. ). PRISTA ( ilustre professor da faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade do Porto) ( p.1288. 1976 v.2 ) cita que Patel e Kostenbauer, estudaram quantitativamente a interação entre os parabenos com o Tween 80.
Os conservantes são necessários, para se manter a integridade do medicamento, independente da forma ou fórmula com que se apresente, respeitando-se 4 regras básicas e fundamentais, que são:
- não interagir com o princípio ativo,
- ter enérgica acção antimicrobiana,
- não alterar o gosto, cor e sabor da formulação e,
- não provocar reações de hipersensibilidade.
Estas são as 4 regras fundamentais, existem muitas outras, segundo PRISTA, ( Prista, L. N., et al, Técnologia Farmacêutica. 4ed. 3v. pg. 1643-4, 1996 ), um bom conservante além das qualidades já mencionadas, deve possuir também as seguintes:
- Continuidade de acção, mesmo que o produto contamine-se durante a produção, envazamento, embalagem ou uso, tendo passado por um processo de autoclavagem ou outro mais drástico, assim como as condições de processamento, volte a ser estéril.
- Acção rápida, se a formulação for contaminada, que a mesma se re-esterilize num breve espaço de tempo, como uma hora.
- Atoxidade, não provocando reações de hipersensibilidade.
- Estabilidade, deve ser quimicamente estável, não alterando o pH e a tonicidade.
- Solubilidade, deve ser de fácil solubilização nos veículos que se fizerem necessários.
- Inativação, deve ser possível de neutralizar ou atenuar facilmente a sua ação antimicrobiana, quando da necessidade de um ensaio de esterilidade.
Hoje, a grande maioria dos conservantes, concentra-se na classe dos derivados fenólicos, mais precisamente dos ésteres p-hidroxibenzóicos, como os parabenos, coadjuvando uma acção germicida e germistática. Podemos dividir os conservantes em 4 grandes grupos, que são:
- Mercuriais,
- Fenólicos ,
- Saís de amônio quaternário e
- Outros.

sábado, 1 de dezembro de 2007


Prolactinoma

O que é um prolactinoma?

Qual é o papel da glândula pituitária/Hipófise?

Qual a frequência dos prolactinomas?

Quais são os seus sintomas?

Que outras causas podem fazer elevar os níves de prolactina?

Qual o efeito de um prolactinoma na gravidez e na fertilidade?

Como se tratam os prolactinomas?

Relação entre prolactinomas e altos níveis de prolactina?

Quais os valores normais de Prolactina?



O que é um prolactinoma?


Um prolactinoma é um tumor benigno da glândula pituitária ,também chamada Hipófise, que produz uma hormona chamada prolactina. É o tipo mais comum de Tumor da Hipófise. Os sintomas de prolactinoma são orginados pela presnça de demasiada prolactina no sangue (hiperprolactinémia) ou por pressão da tumoral em tecidos circundantes.
A prolactina estimula a mama a produzir leite durante a gravidez. Após o parto os níveis de prolactina vão cair, a menos que haja amamentação. Cada vez que o bebe mama, aumentam os níveis de prolactina para manter a produção de leite.

Qual é o papel da glândula pituitária?


A glândula pituitária, desempenha um papel essencial na regulação do crescimento e do desenvolvimento, metabolismo e reprodução. Produz prolactina e uma variedade de outras hormonas igualmente importantes. Estas incluem a hormona reguladora do crescimento- hormona do crescimento; ACTH (corticotropina), que estimula as glândulas adrenais a produzir Cortisol; tirotropina, o que avisa a glândula tiróide a produzir as hormonas tiroideias; e hormona luteinizante - LH - e a hormona folículo - estimulante - FSH-, que regulam a ovulação o nível de estrogénios e a produção de progesterona nas mulheres, e formação de espermatozóides e produção de testosterona em homens.
Qual a sua localização ?
A glândula pituitária está situada no meio da cabeça numa zona chamada cela turca. Os nervos do olho estão diretamente acima da glândula pituitária. Não será pois de admirar que um aumento desta glândula provoque sintomas locais, tais como cefaleias ou distúrbios visuais. Estes tumores da pituitária também podem provocar alterações na produção das suas hormonas causando a sua redução (hypopituitarismo).



Qual a frequência dos prolactinomas?
Estudos pós-mortem indicam que 25 por cento da população dos E.U. tem pequenos tumores na hipófise. Quarenta por cento destes tumores da hipófise podem produzir a prolactina, mas a maioria não são consideradas clinicamente significativas. Tumores da pituitária com significado aparecem apenas em 14 de 100 mil pessoas.




Que causas podem estar na origem dos prolactinomas?
Embora a investigação continue a desmantelar os mistérios do crescimento desordenado das células, a causa dos tumores da hipófise permanece desconhecida. A maior parte dos tumores são esporádicos e além disso não se pensa que sejam de transmissão genética.


Quais são os sintomas?
Nas mulheres, os elevados níveis sanguíneos de prolactina podem com frequência causar infertilidade e alterações na menstruação ou Galactorreia. Em algumas mulheres, os períodos podem desaparecer completamente noutras os períodos podem ficar irregulares ou haver alterações no fluxo menstrual. As mulheres que não estão grávidas ou a amamentar poderão começar a produzir leite. Algumas mulheres podem experimentar uma perda de líbido. As relações sexuais podem tornar-se dolorosas devido a um aumento da secura vaginal.

Nos homens, os elevados níveis de prolactina origniam como sintoma mais comum a impotência. Porque os homens não têm um indicador fiável como a menstruação só recorrem ao médico quando quando se verificam dores de cabeça ou problemas oculares quando pelo aumento da hipófise há um pressionar do nervo oftálmico. Além disso podem não reconhecer uma perda gradual da função sexual ou da líbido. É somente após o tratamento que alguns homens se apercebem que tinham um problema com a função sexual.


Que outras causas podem originar um aumento da prolactina?


Em algumas pessoas podemos encontrar níveis altos de prolactina que não são devidos a um tumor hipofisário. Assim pode acontecer devido à toma de alguns medicamentos.


"A secreção de prolactina pela hipófise é, normalmente, reprimida pela Dopamina presente no cérebro."


Drogas que actuam bloqueando os seus efeitos na pituitária ou que originem a diminuição das suas reservas tem esse efeito. São por exemplo os tranquilizantes como Haldol (haloperidol) ou por exemplo Primperan (metoclopramida) usada em tratamentos de refluxo gastroesofágico ou na náusea provocada por tratamentos para combater carcinomas, menos usual é este efeito pela alfa-metildopa e pela reserpina.




Outros tumores perto da pituitária como o que causa Acromegalia ou Sindrome de Cushing que vão bloquear o fluxo de dopamina no cérebro não havendo por isso a sua acção inibitória sobre a pituitária.

Valores aumentados de prolactina são frequentemente observadas em pessoas com hipotiroidismo, e médicos devem testar rotineiramente pessoas com hiperprolactinémia para despiste de hipotiroidismo.
Estimulação mamária também pode causar um pequeno aumento na quantidade de prolactina no sangue.



Como é diagnosticado o prolactinoma ?
Um médico irá testar níveis sanguíneos de prolactina em mulheres com inexplicável secreção de leite (galactorreia) ou menstruação irregulares ou infertilidade, em homens com disfunção sexual e, em casos raros, secreção de leite.

Se a prolactina é alta, um médico irá testar a função tiroideia e verficar se há a toma de medicamentos conhecidos por aumentar secreção da prolactina . O médico vai também solicitar uma ressonância magnética, que é o mais sensível teste para detectar tumores da hipófise e determinar a sua dimensão. Tomografia Computadoriazada (CT varredura) também dá uma imagem da hipófise, mas é menos sensível do que o MRI.
Além de avaliar o tamanho da hipófise com tumor, os médicos também vão procurar por danos a tecidos circundantes, e realizar testes para avaliar se a produção de outras hormonas pituitária é normal. Dependendo do tamanho do tumoral, o médico poderá solicitar um exame ocular com medição da área limitada do campo visual.


Qual é o tratamento para o Prolactinoma?


O objetivo do tratamento é a secreção da prolactina voltar ao normal, reduzir o tamanho tumoral, corrigir eventuais anomalias visuais, e restaurar as funções normais hipófise. No caso dos tumores muito grandes, apenas a realização parcial deste objectivo pode ser possível. Porque dopamina é a molécula que normalmente inibe a secreção prolactina, os médicos podem tratar o prolactinoma com bromocriptina ( Parlodel ) ou cabergolina, drogas que agem como dopamina. Este tipo de medicamento é chamado de um agonista da dopamina. Estas drogas fazem diminuir o tumor e também os níveis prolactina retornar ao normal em aproximadamente 80 por cento dos doentes. Ambos os fármacos foram aprovados pela Food and Drug Administration para o tratamento de hiperprolactinémia. Bromocriptina é o único agonista da dopamina aprovada para o tratamento da infertilidade. Outro agonista da dopamina, pergolide, encontra - se disponível em os E.U., mas para o tratamento de Parkinson.
A Bromocriptina está associado a efeitos secundários, tais como náuseas e tonturas. Para evitar esses efeitos colaterais, é importante iniciar o tratamento com bromocriptina.


Um exemplo típico de uma abordagem utilizada por um endocrinologista:
Começar por tomar um quarto de 2,5 miligrama de bromocriptina com um lanche ao deitar. Depois de 3 dias, aumentar a dose para um quarto de comprimido com café da manhã e um quarto ao deitar. Após mais 3 dias, tomar meio comprimido duas vezes por dia, e 3 dias mais tarde, um comprimido à noite e meio com o pequeno - almoço. Finalmente, o aumento da dose para um comprimido duas vezes por dia. Se a prolactina é ainda elevada, acrescentar meio comprimido, com almoço. Se o medicamento é bem tolerado, aumentar a dose um comprimido. Se desenvolver efeitos secundários com uma dose mais elevada deve-se fazer o retorno à dose anterior. Com o tempo, os efeitos secundários desaparecem enquanto continua a baixar a prolactina.
O tratamento não deve ser interrompido sem consultar um médico endocrinologista. Os níveis de Prolactina voltam a aumentar, na maior parte das pessoas, quando o fármaco é descontinuado. Em alguns, no entanto, os níveis de prolactina permanecem normais, de modo que o médico pode sugerir diminuição ou descontinuação do tratamento de dois em dois anos a título experimental.
A Cabergoline também está associado a efeitos secundários, tais como náuseas e tonturas, mas estes podem ser menos frequente e menos grave do que com bromocriptina. Tal como acontece na terapêutica com bromocriptina , os efeitos secundários podem ser evitados se o tratamento é iniciado lentamente. Começar por tomar .25 miligramas (ou 1 / 2 comprimido) duas vezes por semana. Após quatro semanas, aumentar a dose por .25 miligramas para .50 miligramas (ou 1 comprimido) duas vezes por semana. Depois de mais quatro semanas, aumentar a dose por .25 miligramas para .75 miligramas (ou 1 e 1 / 2 comprimidos), duas vezes por semana. Finalmente, após quatro semanas adicionais , a dose pode ser aumentada para 1 miligrama (ou 2 comprimidos), duas vezes por semana. Se aparecerem os efeitos secundários com uma dose mais elevada, o médico pode retornar à dose anterior. Se num doente o nível da prolactina permanecer normal para 6 meses, o médico pode considerar suspender o tratamento.
Cabergoline não deve ser interrompido sem consultar um médico qualificado endocrinologista.

Cirurgia deve ser considerada se a terapêutica médica não pode ser tolerado ou se falhar a reduzir os níveis prolactina, a restaurar produções normais da hipófise e suas funções, bem como reduzir tamanho tumoral. Se a terapêutica médica é apenas parcialmente bem sucedido, esse tratamento deve continuar, possivelmente combinado com cirurgia ou radioterapia.
Os resultados da cirurgia dependem muito do tamanho tumoral e do nível de prolactina , bem como da habilidade e experiência do neurocirurgião. Quanto mais alto for o nível prolactina, menor a hipótese de atingir níveis séricos normais. Nos melhores centros médicos, a cirurgia corrige os níveis de prolactina em 80 por cento dos doentes para um soro com um valor inferior a 250 ng / mL. Mesmo em doentes com tumores grandes que não podem ser completamente removidos, o tratamento com medicação pode ser capaz de fazer baixar os níveis de prolactina após a ajuda da cirurgia.



Como o prolactinoma pode afectar a gravidez e a utilização de contraceptivos orais?


Se uma mulher tiver um pequeno prolactinoma, não há qualquer razão que ela não poder conceber e ter uma gravidez normal após terapêutica médica. A hipófise e a produção de prolactina aumentam durante uma gravidez normal em mulheres sem desordens hipofisárias. . Mulheres com tumores secretores de prolactina podem verificar um novo alargamento da hipófise e devem ser rigorosamente controladas durante a gravidez. No entanto, os danos causados à hipófise ou nervos do olho ocorre em menos de um por cento das mulheres grávidas com prolactinoma. Em mulheres com tumores grandes, o risco de danos à hipófise ou nervos do olho é maior.
Uma mulher com um prolactinoma deve discutir os seus planos com o seu médico, de modo que ela possa ser cuidadosamente avaliada antes de engravidar. Esta avaliação irá incluir uma ressonância magnética (MRI) de varredura para avaliar o tamanho tumoral e um exame ao olho com medição da área limitada do campo visual. Logo que a mulher engravide, o seu médico irá aconselhar que ela pare de tomar bromocriptina ou cabergoline, os tratamentos comuns para prolactinomas. A maioria dos endocrinologistas quer ver os doentes a cada dois meses ao longo da gravidez. O doente deve consultar o seu endocrinologista prontamente se desenvolve sintomas - sobretudo dores de cabeça, alterações visuais, náuseas, vómitos, sede excessiva ou poliúria, ou extrema letargia. O tratamento com Bromocriptina ou cabergolina pode ser retomado se o doente desenvolver sintomas de crescimento tumoral durante a gravidez.

Durante algum tempo pensou-se que os contraceptivos orais podiam contribuir para o desenvolvimento de prolactinomas. No entanto, este pensamento já foi abandonado.

Doentes com prolactinoma tratados com bromocriptina ou cabergoline podem também tomar contraceptivos orais.

Da mesma forma, a Terapêutica hormonal de substituição (THS) é segura em pacientes com prolactinoma tratados com terapêutica médica ou cirúrgica.



Osteoporose é um factor de risco em mulheres com altos níveis prolactina?


As mulheres cujos ovários produzem inadequada estrogénio têm um risco acrescido de osteoporose. Hiperprolactinémia pode causar um redução na produção de estrogénio . Embora a produção de estrogénio possa ser restabelecida após tratamento para hiperprolactinémia, mesmo um ou dois anos sem níveis adequados de estrogénios pode comprometer a força óssea, e estas mulheres deveriam proteger - se da osteoporose, aumentando o exercício físico e a ingestão de cálcio através da alimentação ou dos suplementos, e evitar fumar.